Quanto à distribuição por instituição de ensino, escolas de Minas Gerais e do Paraná se destacam marcadamente. Um total de 64 trabalhos foram defendidos na
Universidade Federal de Viçosa, MG, todos eles (excetuando um só) na área de Fitotecnia/Produção Vegetal, especialmente na década de 2000.
Um total de 48 trabalhos foram defendidos na Universidade Estadual de Maringá, e outros 22 em outras universidades do estado do Paraná, que abriga os grupos de
pesquisa das Profas. Dras. Dorly Freitas Buchi (UFPR) e Silvana Marques de Araújo (UEM). A Profa. Buchi tem mestrado em Genética e doutorado em Ciências
Biológicas (Biofísica), tendo desenvolvido pesquisa em morfologia, citologia e biologia celular. Já o grupo da Profa. Marques de Araújo – farmacêutica, com mestrado e
doutorado em Parasitologia -, vem desenvolvendo trabalhos publicados internacionalmente sobre a doença de Chagas e a toxoplasmose.
Nesse sentido, destaca-se também a produção em outras universidades da região Sul, com 16 trabalhos na Universidade Federal de Santa Catarina, com forte expressão na
área de agroecossistemas, e outros 16 da Universidade Estadual de Santa Catarina, todos eles em Produção Vegetal. Desta maneira, parte significativa da produção
acadêmica tem sido desenvolvida fora da área clínica, com óbvia exclusão de fatores inespecíficos, efeito placebo, relação médico-paciente e outras variáveis de confusão.
As grandes universidades do estado de São Paulo compõem um total de 78 trabalhos –Universidade de São Paulo (USP) 35, Universidade Estadual Paulista (UNESP) 22,
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) 12 e Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) 9. A eles devem acrescentar-se 15 trabalhos produzidos na
Universidade Paulista – UNIP, junto ao grupo liderado pela Profa. Dra. Leoni V. Bonamin, no Programa de Patologia Ambiental e Experimental. A profa. Bonamin é bolsista
Pq (produtividade em pesquisa, CNPq), professora titular na UNIP e Vice Editora da prestigiosa revista Homeopathy.
Entre as grandes escolas do estado do Rio de Janeiro, a Universidade Estadual (UERJ) contribui com 19 produções e a Federal (UFRJ) com 16. Praticamente todos os
trabalhos da UERJ correspondem à área de Saúde Coletiva, no Instituto de Medicina Social. Em relação à UFRJ, ganha destaque o grupo da Profa. Dra. Carla Holandino,
professora titular na Faculdade de Farmácia e coordenadora dos Laboratórios Multidisciplinar de Ciências Farmacêuticas, e de Pesquisa & Desenvolvimento de Práticas
Integrativas e Complementares. Além disso, devem computar-se 7 produções desenvolvidas na Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).
Apenas os estados do Amapá, Maranhão, Paraíba, Piauí e Tocantins não registram trabalhos de pós-graduação em homeopatia. A região Nordeste contribui com 23
trabalhos, com concentração em Pernambuco, o Centro-Oeste com 12, e a região Norte com 5.
Quanto à distribuição por áreas do conhecimento, 185 trabalhos correspondem à área de Saúde, dos quais apenas 14 na área de Medicina. A maior parte se concentra em
Saúde Coletiva/Medicina Preventiva/Saúde Pública (n=54). A área de Ciência Animal e Medicina Veterinária contribui com 51 trabalhos, e a de Odontologia com 21. De
maneira interessante, estão registradas 2 produções em Radiologia Odontológica, 1 em Envelhecimento e 2 em Enfermagem – embora esta categoria não tenha inserção
profissional na homeopatia no Brasil.
Segue a área de Ciências Agropecuárias, com 136 trabalhos, a maioria em Fitotecnia/Produção Vegetal (n= 80, o maior grupo dentre todos), 41 em
Agronomia/Agroecologia/Desenvolvimento (n=41) e apenas 15 em Zootecnia/Produção Animal.
Dentre as ciências básicas, as Biológicas contribuem com 23 trabalhos, a maioria em Biologia Celular (n=12). Não foram localizados trabalhos nas áreas de Física nem de
Química com a estratégia de busca aplicada. A área de Educação contribui com 14 trabalhos e a de Ciências Sociais e Humanas com 34, com destaque para Sociologia e
História/História da Ciência (n= 8 cada). De interesse, tem 5 trabalhos em Antropologia, 1 em Integração Latino Americana e 1 em Literatura, Cultura e
Contemporaneidade. Dentre as áreas com relação menos evidente com a homeopatia, tem-se Ciências da Informação (n= 2) e Engenharia Biomédica (n= 2). A área de Meio
Ambiente contribui com 5 trabalhos e a de Políticas Públicas/Administração com 7, incluído um estudo em Ciências Contábeis e Atuariais (balanced scorecard para gestão
estratégica de uma farmácia de manipulação). Enquanto Ciência, Tecnologia e Inovação apresenta 4 trabalhos, foram localizados 1 em Sexologia e 1 em Ciências Pesqueiras
nos Trópicos.
Esta descrição demonstra que a homeopatia é uma área multi- e interdisciplinar de estudos e que qualquer análise séria de sua plausibilidade precisa considerar esta
polivalência, para ser tanto completo quanto consistente. Por outro lado, foram localizados apenas 8 ensaios clínicos randomizados controlados (placebo
ou outro tratamento), o que aponta para a necessidade de maior investimento e disponibilidade institucional para os mesmos.